O Encontro Nacional de Jovens Feministas (ENJF) acontece anualmente desde 2016 e tem como principal objetivo proporcionar um espaço de reflexão, debate e networking entre jovens feministas, procurando reunir ativistas, académicas e jovens interessadas na área do feminismo, de diferentes espaços e contextos profissionais, pessoais e políticos, para uma reflexão conjunta sobre o significado do feminismo hoje em dia. Este projeto é promovido pela REDE de Jovens para a Igualdade e cofinanciado pela Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género-CIG, através do Apoio Técnico e Financeiro às ONGDM.
Vê o vídeo resumo do Encontro Nacional de Jovens Feministas:
Esta quinta edição ocorreu a 14 e 15 de maio, no Centro de Juventude de Lisboa, em Moscavide/Parque das Nações.
Com o ENJF propomo-nos a:
- Proporcionar um espaço de partilha e reforço de ação para o movimento feminista jovem em Portugal;
- Reforçar o networking entre jovens universitárias, académicas, associações juvenis, e ativistas feministas de base no sentido de fortalecer a colaboração entre a academia, as organizações, e o terreno para uma intervenção feminista efetiva e eficaz;
- Proporcionar um espaço de aprendizagem entre pares, no qual as jovens são incentivadas a apresentar propostas individuais ou de grupo;
- Dar a conhecer às jovens as diferentes faces do movimento feminista em Portugal, promovendo a intergeracionalidade, a sororidade e a colaboração transsectorial.
Porquê falar de violência online/digital contra as jovens mulheres e as raparigas?
Enquanto que para uma ampla margem da população, a internet e as plataformas digitais são maioritariamente um espaço de liberdade, de partilha de informação e de criação de redes, para as mulheres e raparigas, a internet e o online reflectem a estrutura patriarcal e as relações de dominação e violência masculinas às quais estão sujeitas no espaço físico. A violência online insere-se no continuum de violência masculina, representando, por isso, uma clara violação dos direitos humanos das mulheres. No entanto, tendo em conta que o espaço online só há pouco tempo se impôs como um verdadeiro espaço de debate, participação e trabalho, a maioria dos países não tem uma legislação coerente ou eficaz para regulamentar o mesmo e sobretudo a violência que nele ocorre. As mulheres e raparigas são particularmente impactadas por este fenómeno e na União Europeia, uma em cada dez mulheres afirma já ter sido vítima de algum tipo de violência online desde os 15 anos.
Neste encontro abordaremos a violência online, também designada de ciber-violência, que tem por base o sexismo e a discriminação estrutural das mulheres .A ciber-violência, cujos agressores são maioritariamente do sexo masculino, tem por objetivo silenciar pelo medo e pela constante humilhação as mulheres e raprigas que participam ativamente na esfera pública online, forçando-as ao afastamento ou obrigando-as a repensar a forma como participam e expõem as suas opiniões. Por outro lado, a violência online exerce-se igualmente através da exposição não consentida e da exploração da imagem dos corpos femininos, particularmente de forma hipersexualizada e com o intuito de promover a afirmação da masculinidade entre os homens e rapazes, a qual é solidificada pela humilhação das mulheres e raparigas.
Esta violência pode ser exercida de diferentes formas:
- Ameaças de violência (inclusive de morte ou violação);
- Hacking e stalking;
- Doxing (partilha de dados pessoais, tais como morada, telefone, local de trabalho, dados dos familiares);
- Bullying, assédio e humilhação (shaming) online;
- Mercantilização do corpo das jovens mulheres e raparigas (por exemplo OnlyFans);
- Violência sexual com base em imagens;
- Discurso de ódio com base em misoginia;
Como tal, é urgente que o movimento feminista analise aprofundadamente este fenómeno, o enquadre publicamente dentro do continuum de violência masculina e proponha medidas com enfoque de género de combate ao mesmo, desde os espaços educativos, políticas públicas direcionadas e propostas legislativas.
PÚBLICO-ALVO
Jovens feministas até aos 35 anos de idade, interessadas em refletir e debater sobre o feminismo e igualdade entre mulheres e homens em Portugal. A inscrição é gratuita, mas terá de ser feita online.
PROGRAMA
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