A Comunidade de Prática

O Projeto “Faz delete: diagnosticar, sensibilizar e prevenir a violência sexual com base em imagens contra jovens mulheres”  surge com o objetivo de mapear as dinâmicas genderizadas dessa violência e envolver os diversos atores e atrizes sociais no sentido de uma  sensibilizaçāo de forma adequada e não culpabilizante. 

Neste processo estamos a realizar uma serie de workshops com entidades e estruturas que atuam no campo da violência sexual em todo o país, procurando articular conhecimentos e estratégias para elaborar de forma democrática e participativa um policy paper direcionado a tomadoras/es de decisão e deputadas/os da Assembleia da República, com o intuito de alterações legislativas, alocação de recursos e criação de mecanismos de resposta à essa problemática. 

A ideia é, ademais, aprofundar a relação entre as organizações da sociedade civil que trabalham estas questões de forma a criar uma rede, uma Comunidade de Prática que consiga colocar o problema da Violência Sexual Baseada em Imagens contra as mulheres e raparigas na agenda política nacional. 

Durante nossos workshops dividimos as associaçāoes e entidades convidadas em Grupos de Trabalho temáticos seguindo os chamados 4 P`s da Convençāo de Istambul (a convençāo sugere/exige que os Estados atuem em 4 frentes: prevenção, proteção, processamento judicial e políticas integradas), tendo em vista que O GREVIO (Grupo de Peritos e Peritas pelo Combate à Violência contra as Mulheres do Conselho da Europa) em 2021 passou a considerar que

as obrigações dos Estados decorrentes do artigo 5.º da Convenção de Istambul são igualmente extensíveis às diferentes formas de violência contra as raparigas e mulheres na esfera digital”.

A Convençāo apela ainda ao envolvimento de todas as agências e serviços estatais relevantes para que a violência contra as mulheres e a violência doméstica sejam combatidas de uma forma coordenada. Isto significa que as agências não devem agir isoladamente, mas sim por ações integradas, o que implicaria um possível 5.º P, de “Parceria”, tendo em vista que  nada se alterará sem o trabalho em parceria, em particular com as associações de mulheres e as organizações e serviços especializados na prevenção e combate à violência sexual. 

E é exatamente essa parceria que buscamos com a nossa componente “Comunidade de Prática”.

Vamos juntas?!