“Empresas sem paridade obrigadas a fechar portas” na Noruega

A entrada em vigor na Noruega de legislação que impõe a paridade de homens e mulheres nos conselhos de administração de empresas cotadas em Bolsa pode levar ao fecho de, para já, 12 empresas neste país do norte da Europa.

A legislação foi discutida e aprovada em 2003 no Parlamento de Oslo, tendo entrado em vigor a um de Janeiro de 2008 e consagra o princípio de que pelo menos 40% dos elementos de um conselho de administração têm de ser do sexo feminino.

Com esta lei, que é única no mundo, segundo dados oficiais, já quadruplicou o número de elementos do sexo feminino nos órgãos de direcção das empresas norueguesas.

A única penalização prevista para o seu incumprimento, é a dissolução da empresa infractora.

Ameaçada de possível encerramento está uma dúzia de pequenas e médias empresas, das quais se destaca um clube de futebol da primeira divisão, o Fredrikstad.

A entidade oficial responsável pelo registo das sociedades comerciais emitiu ontem um comunicado anunciando a intimidação das sociedades em falta. “Doze sociedades anónimas vão receber um aviso indicando que dispõem de quatro semanas para porem em prática o equilíbrio entre os sexos nos seus conselhos de administração”, lê-se no documento.

“Caso permaneçam em falta, serão levadas a tribunal para que seja decretada a sua dissolução”, precisa o comunicado.

Um dirigente do Fredrikstad, citado pelas agências, declarou não entender o facto do clube surgir entre os prevaricadores, considerando estar-se perante um equívoco. “Realizámos uma assembleia geral extraordinária a 20 de Dezembro na qual foi aprovada a aplicação da lei relativa à representação feminina. Não temos nada a temer”, garantiu em declarações à rádio pública norueguesa.

Segundo as agências, a grande maioria das 463 empresas visadas pela legislação já procedeu à sua aplicação, tendo outras procedido a mudanças nos seus estatutos para se evadir a este dever. Era ainda referido que nenhuma empresa foi dissolvida por não ter posto em prática a paridade entre homens e mulheres nos seus órgãos dirigentes.

A Confederação das Empresas Norueguesas (NHO) criou um programa de formação designado Futuro Feminino, que já preparou mais de 600 mulheres para cargos de topo no tecido empresarial do país, afirmou ontem a porta-voz da Prowess, uma ONG britânica com intervenção nas questões da paridade, ao anunciar uma conferência sobre o tema ontem e hoje no Reino Unido.

Informação retirada daqui.

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